sábado, 7 de março de 2009

Memorial




Nos idos anos de 1985, Maria Luiza Lança de Moraes, ingressou no pré-primário e, nos oito anos seguintes, estudou em escola diferente da primeira, onde concluiu o ensino fundamental, sendo ambas públicas.

Em 1994, ingressou no ensino médio na mesma instituição educacional onde cursou o pré.

Em 1997, aos 17 anos, ingressou no ensino profissionalizante gratuito, cursando, em três anos, Processamento de Dados. No segundo ano, em mais um trabalho escolar solicitado pelo professor de geografia, desenvolveu um levantamento sobre o litoral brasileiro, pois não havia bibliografia suficiente, na época, que pudesse servir de base para o desenvolvimento de um seminário sobre o domínio morfoclimático do litoral brasileiro. Depois de enviar cartas para as sedes do IBGE e da Secretaria de Turismo de todos os Estados brasileiros possuidores de litoral, viu-se frente a uma quantidade imensa de material que, com o auxílio dos demais integrantes do grupo, pode organizar para a apresentação. Deste trabalho que durou 4 meses e de uma impressionante quantidade de material, surgiu o desejo de trabalhar com a parte marinha da biologia, mesmo que aos 18 anos, ainda não houvesse conhecido pessoalmente o litoral do próprio país. No mesmo ano, iniciou os estudos para o vestibular. Porém, foram interrompidos três meses depois, devido à falta de recursos financeiros para tal empreitada. Porém, a certeza ficava: estudaria na UNICAMP.

Terminado o curso profissionalizante, seguiu para o mercado de trabalho, ficando longe dos estudos por longos cinco anos. Sempre com algum livro em punho, não ficara, de fato, totalmente órfã do “adquirir algum conhecimento”. Finalmente, em 2005, em mais um dia do exaustivo trabalho em uma agência de empregos, teve a oportunidade de conhecer o Cursinho Consciência, curso pré-vestibular de cunho comunitário, até então desconhecido por ela, mas com o tempo de vida de três anos na cidade. Mesmo descobrindo que as inscrições se encerravam naquele dia, utilizou sua hora de almoço para correr (literalmente) até a sede do cursinho e inscrever-se, pois o salário que recebia não seria suficiente para pagar um cursinho particular.

No início de março de 2005, as aulas no Cursinho iniciaram. Localizado no centro da cidade onde sempre morou – Jundiaí – ficava em um porão sem ventilação alguma, onde cerca de 200 pessoas se espremiam para usufruir da generosidade de alunos da UNICAMP em lecionar, de graça, para dar a oportunidade a outros de prestar, com chances de aprovação, o vestibular da Instituição de Ensino que cursavam. Ao sair da agência de empregos, onde trabalhava oito horas por dia, ia direto para o Curso Pré-Vestibular e, chegando a sua residência às vinte e três horas, ainda estudava até, aproximadamente, duas da manhã para se preparar para o vestibular.

Naquele ano de 2005, não passou no concurso vestibular. Logo no primeiro dia útil do ano de 2006 foi demitida e teve a oportunidade de estudar por todo aquele ano, freqüentando o mesmo Curso Pré-Vestibular de Caráter Comunitário em dois períodos (manhã e noite).

No vestibular daquele ano foi aprovada, estando, hoje, cursando o quinto semestre de Ciências Biológicas – noturno. Já possui dois projetos de pesquisa concluídos pela Faculdade de Ciências Médicas, que tratam da caracterização e determinação de transcristos imunes a RNA de interferência e, também, ao silenciamento gênico mediado por vírus, com trabalho apresentado em Congresso Interno da UNICAMP, sendo que o primeiro será publicado em breve. Concomitantemente, trabalha, há um ano, com a identificação de gamarídeos (Crustacea) pelo Departamento de Zoologia, Laboratório de Biologia Marinha, da UNICAMP, onde já possui projeto de pesquisa em andamento, pretendendo-se estudar a fecundidade e estratégia reprodutiva desses animais.

4 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, trajetória e projetos.

    ResponderExcluir
  2. Outra colega bióloga!
    Parabéns pelos projetos! Não é algo tão comum para alguém ainda no meio do curso.
    Boa sorte na nova área!

    ResponderExcluir
  3. Oi Maria Luiza, tudo bem?

    Realmente temos muitos pontos em comum na nossa trajetória, e não sei como nunca nos deparamos em nossos caminhos.Escolhi o seu memorial para fazer o comentário da atividade 2, primeiramente pelas semelhanças que você citou em meu blog, e em segundo lugar porque achei muito legal a sua perseverança nos estudos.É muito difícil levar cursinho e trabalho juntos, principalmente quando já se está formada há alguns anos.Parabéns por sua trajetória acadêmica, pelos seus projetos, e an nossa futura profissão!:)
    Bjos

    ResponderExcluir
  4. Maria Luiza,

    Farei o comentário sobre seu memorial sobre algumas perspectivas diferentes. Começando pela trajetória de vida que ajuda a justificar o motivo de eu ter escolhido comentar seu blog. Projetos educacionais grandes me chamam muita atenção. Acredito que são esses os verdadeiros responsáveis por uma grande formação de caracter de um profissional. No seu caso, houve a formação de um grupo de trabalho que escolheu um tema complexo com pouca informação disponível no mundo comum. Porém, houve a criação de uma estratégia de trabalho de entrar em contato com várias Secretarias de Turismo e IBGE para se conseguir as informações que possibilitasse gerar um trabalho de alta qualidade. Que é grande não pelo valor financeiro colocado nele, mas sim na perseverança e no conhecimento gerado por ele. Assim pelo seu memorial, não fiquei nenhum pouco impressionado com o esforço que teve para conquistar a vaga no curso de ciências biológicas, pois esse esforço já era inerente a sua pessoa desde de muito antes dessa conquista. Que por fim veio a calhar nas realizações feitas na universidade, que só refletem o caracter ja formado a muito tempo atrás. Eu no meu caso realizei um trabalho que foi com a PETROBRAS, no qual nosso grupo teve que obter informações correndo atrás da empresa grande também e com muito trabalho conquistamos vários méritos inclusive o fato de todas as pessoas do grupo estarem bem encaminhadas nas suas vidas.
    Agora se tratando do texto, eu acredito que a organização dele está boa, cronológicamente, não esta confuso, e direto, porem algumas coisas se tornam desnecessárias, por exemplo o segundo parágrafo que tem poucas palavras. Eu não tenho certeza, mas talvez termos como "passar no concurso ou vestibular" seria um tanto quanto simples de mais, de repente para um texto científico, o termo "aprovado" seria melhor.

    Do mais é isso, espero que goste do comentário.

    Guilherme Barbosa.

    ResponderExcluir